Sobre Nega-Maluca e Pudins

Ele não fazia para impressionar. Agradar só para que ela achasse que era um cara legal. Não. Ele realmente era. E fazia coisas do tipo para vê-la sorrir. Ele sorri sempre que ela sorri.

Nega-maluca e pudim. Um improvável e improvisado piquenique em uma banco da faculdade no intervalo da aula dela. Uma segunda-feira fria e bonita, ensolarada. Estava linda e parecia feliz com a nega-maluca, o pudim e com a presença dele.

Em volta olhares de inveja. Alguns com inveja dele, outras com inveja dela. Eles queriam os olhos dela nos seus e aquele sorriso iluminado pelo sol. Elas, alguém que as levassem nega-maluca e pudim no intervalo da aula.

Mas os dois não se importavam com os olhares alheios. Não queriam causar inveja em ninguém e se o faziam era ao natural, sem premeditação. Queriam apenas dividir a nega-maluca, o pudim e a presença um do outro. Simples assim.

Ele não esperava ganhar nada em troca, estava feliz em vê-la sorrir, sentir seu perfume, mas a vontade do beijo surgiu. Ela sabia que não precisava dar nada em troca, estava feliz com o mimo preparado por ele, mas a vontade do beijo surgiu.

Um selinho, dois, três, vários... Nega-maluca, pudim, sol, ele, ela... Para que fosse perfeito faltou apenas uma coisa: chiclete! Sim, chiclete. Depois de comer, antes do beijo... um chiclete. Ficaram no selinho.

Às vezes não é preciso mais que isso para mostrar o carinho que é recíproco. Ficou a vontade de um beijo mais cinematográfico. Quanto maior a vontade, melhor é o beijo. E isso em breve eles resolvem.

Ela e seu perfume, ele e (a partir de agora) seus chicletes no bolso.