
Lembra do filme "Impacto Profundo"? Aquele que o Elijah "Frodo" Wood descobre que um meteoro vai cair nos EUA? Se a resposta é sim você também lembra que o presidente americano é interpretado pelo Morgan Freeman. Na época parecia que um presidente negro na terra do Tio Sam era coisa de Hollywood. Desde ontem não é mais.
Barack Obama, negro, filho de um imigrante nigeriano e de uma americana branca e de origem muçulmana (converteu-se ao cristianismo posteriormente) quebrou diversos dogmas da puritana e conservadora sociedade norte-americana e se tornou o 44º presidente do país. O primeiro negro.
O sonho de Martin Luther King parece começar a se tornar realidade. Uma sociedade para todos, negros e brancos, ricos e pobres unidos. Barack Obama personifica o sonho de uma nova sociedade, a mudança (como pregou sua campanha). Seu êxito foi saudado não apenas nos EUA, mas em diversos países ao redor do globo, incluindo a Nigéria, terra natal da família paterna de Obama.
O próprio John McCain, em seu discurso em Phoenix ontem a noite, admitindo a derrota, pregou que as diferenças entre ele e Obama acabavam naquele momento. McCain, héroi de guerra dos americanos, saiu da batalha pela presidência de forma digna. Salientou que a hora é de união, visto que os EUA vivem um período de recessão, desemprego e dificuldades econômicas que geram consequências adversas em torno de todo o mundo. Alguns republicanos ensaiaram uma vaia para Obama que McCain tratou de repreender.
George W. Bush prometeu apoio à Obama no período de transição e fez um convite para que o novo presidente eleito e a futura primeira dama, Michelle, visitem a Casa Branca. Polido, educado mas não de forma tão carismática quanto as o candidato derrotado, John McCain, co suas palavras de apoio. Bush deixa uma casa desarrumada, com problemas financeiros, altos índices de desemprego e uma política anti-terrorismo vista com péssimos olhos pelas demais nações.
Barack Hussein Obama terá trabalho. Ele precisa provar que sim, ele pode ser o "novo", o "diferente" e suprir as expectativas de todos. Não só americanos, mas todo o mundo está de olho em Obama. O mundo depositou todas as fichas no democrata. Hugo Chavez já estuda uma re-aproximação com os EUA, Raul Castro já sinaliza querer dialogar a abertura do mercado entre os EUA e Cuba. É o efeito da "Obamania".
A mídia ajudou a dar a Obama uma aura messianica. Menos, bem menos. Ele não é um super-herói, um messias ou algo parecido. Ele é sim, ou ao menos parece ser, alguém que quer mostrar um novo caminho. Ele é Barack Obama, presidente da maior potência mundial, os Estados Unidos da América.