terça-feira, 21 de outubro de 2008

Faroeste Caboclo 2008

Não tinha medo o tal do Lindemberg Alves. Era o que todos diziam quando ele se perdeu. Deixou pra trás, aos 2 anos, a Paraíba só pra sentir no seu sangue o ódio que o fim de um namoro lhe deu. Comia uma menininha da cidade. Com ela "brincava de médico" desde os 12 anos da moça. Aos quinze ela se cansou, o que fez aumentar seu ódio e dar início ao terror.

Quando conheceu essa menina mal sabia dos pecados que ele ia cometer. Eloá era uma menina linda e o coração dele pra ela o Lindemberg prometeu. Ele dizia que queria se casar, de ninguém mais ela ia ser. "Eloá pra sempre vou te amar e um filho com você eu quero ter". "Ela era minha vida meu irmão, ela era minha vida meu irmão". Essas palavras entraram no coração e ela sofreria as conseqüências como um cão.

Ele pegou então uma arma. Lindemberg já sabia atirar, mas decidiu usar a arma só depois, no apartamento do conjunto habitacional. Chegando no apartamento então ele chorou e pro inferno ele foi pela primeira vez. Eloá Lindemberg seqüestrou e junto com ela haviam mais três.

Lindemberg era só ódio por dentro. Mesmo assim dois reféns ele soltou. Libertou também a tal Nayara que poucas horas depois para lá voltou. Ele disse que nao usaria a arma, você deve ter assistido pelo seu televisor. "No momento certo eu solto Eloá, menina falsa pra quem jurei o meu amor".

Lindemberg não sabia o que fazer quando viu tantos repórteres da televisão. Cobertura 24h na TV, cada minuto o site de notícias tinha atualização. Desde segunda, às duas horas, todo o povo sem demora foi lá só para assistir um homem desesperado que não tinha mais pra onde fugir.

Sentindo o sangue na garganta, Lindemberg olhou para os flashes e pro povo a aplaudir. Olhou pros policiais e pras câmeras. Emissoras de TV que filmavam tudo ali. E se lembrou de quando tudo começou e de tudo o que vivera até ali. Decidiu entrar de vez naquela dança: "Se a via-crucis virou circo, estou aqui".

E nisso o sol cegou seus olhos e então Eloá ele reconheceu. O "anjinho" falava de um lado, mas o "diabinho" foi quem venceu. Lindemberg com a com sua arma disparou um tiro no seu grande amor. E na amiga depois. Eloá no domingo se foi, o ferimento ela não aguentou.

39.000 pessoas foram ao enterro da menina que assistiram morrer e a alta burguesia da cidade não acreditou na história que eles viram na TV. E Lindemberg não conseguiu o que queria quando uma família com Eloá quis ter. Ele foi preso e acabou com sua vida diante de milhões de pessoas que tem prazer em ver o outro... sofrer.

(Baseado em trechos da música Faroeste Caboclo - Legião Urbana)

Um comentário:

Luíza Nogueira disse...

Por Favor, me recusei a ler tudo.
Até tu Brutus? :S