domingo, 15 de fevereiro de 2009

Quem sabe faz ao vivo... (ô lôco mêo)


Todo mundo já pensou em ter uma banda. Admita que você mesmo já pensou nisso, nem que esse pensamento tenha durado 5 segundos ou tenha sido influenciado por essa postagem. O negócio era ir para a garagem e fazer um barulho com os amigos. Ensaios, vizinhos reclamando, barulho, mais vizinhos reclamando. Quem tentou realizar esse sonho juvenil de ter uma banda queria tocar, primeiramente, nas casas noturnas da região que, por mais chinelonas que fossem, sempre tinha gente para curtir o som.

Agora se uma casa noturna tenta por uma banda da cidade em cima do palco está fadada ao fracasso da noite. Não que falte qualidade às bandas (oquêi, para várias delas falta, assim como as que eu tentei ter =P), mas a galera não quer mais assistir "show" quer apenas "festa". As poucas casas que antes permitiam que as bandas de rock mostrassem seu som agora apostam em festas com "rock dançante" e "eletrorock". Nada de banda ao vivo, o negócio agora é um bom DJ.

A moda pegou e a gurizadinha (principalmente os indies, que estão dominando o mundo) adora. Festas com nomes engaçadinhos em inglês, com alguns trocadilhos, flyers coloridos e fazendo alusão a filmes cabeça ou alguma coisa nerd, nomes de DJ's igualmente engraçadinhos e grafados como se eles fossem fodões. Pronto, feitocarreto.

Sei lá, sinto falta de conhecer bandas novas, ouvir o som da banda ao vivo. Galera nem tá mais ai pra isso. Só quer saber de Myspace, download de músicas e sair de casa para ver uma banda cansa. Agora, ir para uma dessas festinha indies, que na setlist dos DJ's pode até ter uma música da banda que o cara deixou de ver ao vivo, vão correndo.

Essa coisa de tecnologia é bacana, sozinho em casa, com instrumentos e o programa certo o cara grava um álbum e põe na internet. Certo, mas nada substitui a energia de um acorde mal tocado de propósito, uma corda de guitarra que arrebenta por causa da visceralidade que é tocada, os improvisos, a participação do público.

Não que eu ache essas festas uma bosta. Não! Existem várias legais. Só acho que o pessoal devia valorizar mais o trabalho dos músicos da região, prestigiar o som que é feito aqui. E (pode ser manjado, mas é real) o melhor pagamento para um artista é o aplauso.

Ou então em breve a piázada nao vai dizer "Pai, quero ter uma banda" e sim "Pai, quero ser DJ" e os vizinhos sentirão saudade do barulho que vinha da garagem...



Saiba mais:


Indie - aos que forem, não fiquem brabos... =P

Eletrorock


Foto: Eu e uns amigos nos anos 60... Mentira! Google Images =P


Um comentário:

Marcinha disse...

Bah Felipe adorei o seu Post e concordo com tudo e principalmente quando vc diz que a galera deveria valorizar mais o que é nosso, pois temos bandas maravilhosas em todo o Estado, mas o pessoal teima em valorizar os Djs cariocas, paulistas e as vezes nem valoriza os nossos próprios Djs..
Aqui no sul tem alguns "Festivais" que antigamente eram chamados de festivais de "rock" mas hoje são festivais de axé, pagode e até mesmo de musica sertaneja e com pouquissimas atrações do nosso estado...
Imagina pegar um festival desses e convidar apenas bandas gauchas, claro que não iria dar um público de quase 100 mil pessoas, pois estas 100 mil pessoas tem outra cultura ou melhor dizendo, quase não tem cultura musical, curtem musicas pobres com letras sobre sexo, drogas e violência...
Galera vamos valorizar a boa musica Gaucha!!!!